Thursday, March 26, 2009

Oi gente! Quanto tempo né?!
Putz, não fiquem de mal comigo, mas realmente depois que voltei ao Brasil as coisas ficaram muito mais corridas do que nunca. Aqui a gente literalmente tem que correr contra o tempo, correr atrás das coisas, e para que elas aconteçam, a gente tem que dar quase o sangue. Nada vem de graça. Tô sentindo uma falta enorme de conversar (ou pelo menos colocar pra fora) um pouco de tudo aquilo que tenho vivido aqui na terrinha. Prometo que em breve farei um descritivo disso, pois tem bastante coisa que já passou nestes últimos 6 meses. Humpf, enfim... vamos ao que interessa.

Só pra vcs terem uma idéia, esse texto eu escrevi em 08 de março, em uma noite de insônia. Não deu pra postar logo que saiu do forno, mas aqui está... guardei e tô compartilhando mais uma vez com vocês. Espero que gostem, ou pelo menos reflitam. Bora lá!

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Essa tal da modernidade (bem gaúcha né?) é realmente algo absurdo de tão viciosa e contaminante. Por menos que você queira se envolver com essa função toda das "novas mídias", hoje em dia se tu não tens um e-mail por exemplo, é praticamente como se tu não tivesse nem uma identidade completa. Às vezes tem gente que até tenta fugir dessa maluquice tecnológica pra não se comprometer com um temido ou hipotético vício que ela possa causar, mas não há como negar a existência e a exigência do mundo moderno; pra que tu se depare com o novo e reconheça que ele é sim um "mal necessário". Outras vezes isso tudo poder ser taxado como um universo impessoal e mecânico, mas como tudo na vida, esse mundo também mostra seus dois lados da moeda. Sempre tem o lado bom pra ser pensado.

Dizendo isso, entro no maravilhoso mundo da foto digital. Hoje temos câmeras já embutidas no computador, temos câmeras compactas e que cabem na palma da mão, temos nos celulares (que convenhamos, hoje também extrapolam os limites da ciência de que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço, ao mesmo tempo - tem tuuuuuuuuuudo dentro do mesmo aparelhinho!!!!), temos câmeras de todas as formas e capacidades. Daqui a pouco viraremos James Bond, usando câmeras embutidas nos relógios, solas de sapato, abotoaduras de paletó, um infinito mundo de possibilidades, vai do gosto de cada um. O lance é que, com isso tudo à nossa volta, quase não há momento algum que possa ser passado em branco sem um flash pra registrar. E tem mais, provavelmente você não tenha nenhum interesse em levar mais uma "tralha" dessas (a câmera) na bolsa, no bolso, pra "caso precise", ou mesmo que você não faça o esforço de sacar da mochila, quando em viagens, porque a máquina está lá no fundo, escondida; hoje mais do que nunca, e muito provavelmente, já vai aparecer alguma pessoa bem faceira te tocando no ombro e pedindo "oi, desculpa, será que tu pode tirar uma foto da gente?". Isso é batata, pode ter certeza! Tu pode até nem usar a tua, mas pode muito bem usar a de alguém pra tirar uma fotinho! Depois vem o resultado. Muitos megabytes, superlotação no HD, centenas de fotos, dezenas desconexas, algumas repetidas, outras tantas desfocadas e aquelas que vão pro "orkut", o orgulho da(o) fotógrafa(o) ;) Mil e uma poses, focos, caras e bocas que a partir daquele momento ficam deslocando-se no tempo e no espaço numa simplicidade absurda. Tudo se tornou possível.

Disceminadas através dos blogs, fotologs, perfis públicos e sites de relacionamentos, as pessoas começaram a literalmente mostrar a cara. Em todos estes meios nós mesmos tiramos as máscaras da vergonha e fazemos questão de mostrar ao mundo todos os nossos estados de espírito. Essas imagens passam a ser referência de momentos que foram especiais de alguma forma, e só alí, naquela janela em específico, todos conseguem ver à todos em todos os lugares e de todas as formas (mesmo que isso se torne redundante e repetitivo).
Como já se disse muito por aí, as imagens valem por mil palavras, não é verdade? Elas simplesmente revelam o que aconteceu, como e quando, projetando quase que sem querer uma tendência unânime, porque todo mundo ou já foi ou um dia ainda será fotografado digitalmente.

Outro caso curioso, esses tempos fui ao show da Alanis Morissette (faaaaaaaz tempo) em POA. Momento único! Showzaço e extremamente surpreendente pela quantidade de câmeras digitais e celulares tirando fotos da cantora. Aí, como eu sou pequenininha, na minha volta e é claro, bem na minha frente, haviam centenas de braços esticados, cada um com uma câmera ou celular na mira de qualquer (todos) os movimentos do show. Juro por Deus, se a Alanis estivesse fazendo teatro (onde normalmente são proibidos os flashes e celulares) a loca caía do palco porque ia "tontiar" com tanta luz piscando. Eram fotos e vídeos incessantes, e eu é claro, fazia parte do clube, pois se não fosse dessa maneira, não teria conseguido ver os detalhes do show. Muita coisa só consegui ver depois que assisti o que gravei do espetáculo, o restante ficou por conta dos ouvidos e da imaginação ao escutar os momentos de empolgação do público.


O interessante dessa febre tão marcante é a empolgação. Pra ser bem direta nisso, a empolgação se escancara quando a "marvada" da câmera digital vai pras festas. Se ela já está lá, na mão do profissional, o resultado vai talvez aparecer no jornal, dá foto comportada. Mas se ela vai na carona das nossas bolsas e bolsos, no embarque do "eu bebo e tiro foto", aí já viram o resultado. Esse é o maior momento! O maior número de fotos por gole ingerido. Fazemos pose, tiramos foto, não ficou legal, tiramos outra; sorriu, piscou, mostrou a língua, fez biquinho, tirou mais um monte e só termina se acaba a bateria. De cima ou debaixo, com todos ou solito(a) a coisa vai indo, vai indo que só no dia seguinte que se vê o resultado... 104 fotos em 4horas de balada e haaaaaja memory stick.

É, essas tais novas mídias são no mínimo brinquedinhos divertidos pra quem curte a onda de fotografar para marcar. Lugares, pessoas, momentos que vão sendo registrados a todo instante, e que graças a essa tecnologia moderna, podemos usufruir desses momentos por uma vida toda... bem vivos.

Um brinde! - Hey, alguém tira uma foto nossa ae? - um brinde aqui, à banalização da foto digital... xxxxxxxxxxxs!!!


Bjus e +
Carlinha*