Tuesday, September 30, 2008

O que a Suíça me ensinou?

Não sei quanto à maioria de vocês que possuem algum blog, mas têm certas vezes que fica bem complicado começar um novo post. Ainda mais quando se trata do último... daqui. Como já citei diversas vezes, nos dias em que me sinto inspirada, normalmente a cabeça fica tão cheia de idéias, que as coisas não saem direitinho. Daí no final das contas, quem entende o post sou só eu, a única. Tudo fica uma bagunça, a gente escreve tudo o que tá lembrando na hora e vai virando um emaranhado de histórias que ninguém mais entende. Às vezes nem eu mesma.

Pooooor causa disso, ontem resolvi respirar e nem escrever nada. Por mais que estivesse sido inspirada por um filminho muito fofo que assisti a noite (Purple Violets - não sei o nome em português), resolvi só escrever no dia seguinte mesmo. Quem sabe hoje a coisas se tornem um pouco mais "entendíveis".

Voilà, o que eu tenho pra dizer de cara, pra não enrrolar ninguém mesmo, é que estou retornando ao Brasil. Não, não são novas férias, mas sim, estou voltando de mala (e a cuia já foi pela mudança na semana passada) para Sta Cruz, Rio Grande do Sul, Brasil ;)

Um ano. Foi um ano que vôou assim como eu por ele. Um ano vivendo longe de casa (bem longe de casa) e encarando vários desafios que não vou esquecer jamais na vida. Mudança de país, de estado de espírito, de atmosfera, de costumes, de língua. Um ano repleto de viagens, novos ambientes, novas culturas, novas pessoas, conhecidos, colegas, amigos, uma nova família.

Talvez a mudança que está voltando (digo a mudança em seu estado físico mesmo, minhas tralhas pra melhor entender) seja um pouco mais pesada, não por causa das muambas que a gente acaba comprando (pq nos estrangeiro é mais barato), mas porque a carga de histórias, de lembranças e de conhecimentos adquiridos aqui, foram mais do que eu pude trazer. As malas já não vão só abarrotadas de roupas, souvenirs ou chocolates de presente. As malas vão com marcas dessa nova página na história da minha vida. Vão com os ares de um velho mundo, que um pouco mais foi descoberto por esses olhos curiosos. Assim como as malas, as roupas e os souvenirs, tudo vai agora com um peso a mais de estória, de conhecimento e uma pitada de nostalgia. O orgulho conquistado transborda de uma forma boa e não esnobe. Pois a oportunidade foi aproveitada e agora vou ter ainda mais histórias pra contar.

O que a Suíça me ensinou?
Vamos por partes: Ela me ensinou o que é sair da zona de conforto (como já diria meu chefe) pra dar a cara a bater e ver como esse ser humano se comporta. Estar na vitrine de uma CIA Internacional e aprender entre os erros e acertos a valorização do trabalho e tudo aquilo que ele pode proporcionar. Entre o dinheiro adquirido e as despesas bem distribuídas o que é prioridade e importante pro crescimento e desenvolvimento próprio.

Aprender mais do que nunca o que é viver em meio à diversidade cultural. Entender e saber distinguir o caminho certo do errado. Estudar o que é possível agora e o que será possível pro futuro. Pois sempre é possível, sempre existe um caminho. Nada é impossível até que alguém duvide muito e prove o contrário.

A Suíça me acostumou mal tb. Claro, diferente do nosso país, aqui as coisas funcionam muito bem (como já comentei em outros posts). O transporte público por exemplo, é algo que vai me deixar esse sentimento forte e certamente saudoso rsrsrsrsrsr. Aiiiii que não consigo nem imaginar ter que pegar um buzum em Sta Cruz e nem saber ao certo pra onde ele vai, sendo que provavelmente nem saberei também onde pegá-lo primeiro. As placas de sinalização (pra qlqr coisa), o barulho (ou a falta dele), a faixa de segurança (por favor gente, pro pessoal que vai continuar na Suíça por mais tempo, qdo forem ao Brasil, POR FAVOR OLHEM PARA OS DOIS LADOS ANTES DE ATRAVESSAR A RUA!!!!!!!!). Definitivamente eles não páram pra ti passar!!!

O "sac de papier" do supermercado, os iogurtes com polpa, o leite de consistência, as orelhinhas de macaco fresquinhas (bolachinhas ótimas pra comer tomando chimarrão), os pães, os tênis, a calefação, a máquina de lavar louças, a água quentinha pra lavar o rosto no inverno, até os carros "de hobby tipo ferraris e porches" passeando pela rua em frente ao apto nos finais de semana, os turistas japonezes por tuuuuuuuuuuuudo, as velas, a IKEA, a H&M, os vinhos, os queijos... os CHOCOLAAAAAAAAATES!!! Tantas, tantas, tantas outras coisinhas das quais vou sentir saudades.

A saudade que não vai ser tão grande qto à das pessoas que conheci, encontrei ou reencontrei por estas bandas de cá. Os meus novos conhecidos, os novos colegas, os novos amigos, a nova família. Viver assim longe de tudo e de todos (que também éramos acostumados a conviver no Brasil), aqui tornaram-se parte da minha vida tb. Aquela história de que tu deves conhecer muitos anos uma pessoa, pra que ela seja tua amiga de confidências e de todas as horas, não precisa ser regra. Aqui não é mesmo. É surpreendente pra gente se dar conta de que as pessoas simplesmente entram na tua vida e dificilmente saem se tu não permite. A necessidade da presença constante, da festa ou da parceria pra uma caminhada no final da tarde é um presente!

A gente acaba descobrindo que mesmo nem conhecendo tanto assim essa pessoa (por anos a fio), a convivência e a troca dessa amizade e afeto se extende entre todos de uma forma muito bacana. A gente se surpreende, pois são quebrados paradigmas de que Alemão é grosso, cara fechada e gosta mesmo é de beber. Que Argentinos só pensam na rivalidade do futebol. Que Italianos falam alto e gesticulam o tempo todo. Que Portugueses são burros e tb não haveriam de contar piadinhas sobre Brasileiros. Que Brasileiros só são pretos e têm sobrenome Silva, Oliveira, Santos... E que além, muito além de tudo isso, a gente aprende que cariocas, gaúchos, paulistas, paranaenses + essa miscigenação toda à volta dá certo sim! ;)

Nesse um ano, me surpreendi com muito e hoje vejo com outros olhos o que é essa coisa de MUNDO. As culturas, as trocas, os aprendizados... as surpresas.

Vou sentir falta sim. Vou sentir saudade disso tudo e dessas pessoas todas q passaram pela minha vida e por elas também passei. Vai ficar na memória, vão ficar nas fotos, ficarão nos e-mails, nos Orkuts, nos sites, nas histórias de cada um... vão ficar no coração.

Obrigada Europa, obrigada vida, obrigada galera, obrigada família! Jamais esquecerei o que a Suíça me ensinou ;)

Mais notícias, only from Brazil!!!

Bjus e +,
Carlinha*















5 comments:

Unknown said...

Amei o post!!!
Nós que temos que te agradecer, obrigada por nos escolher para ser teus papiswiss, foi muito legal!!!
Te desejamos tudooo de mais maravilhoso!!! Sempre!!!
Bjos e abraços, e boa viagem para nós, rsrsrs
até amanhã, quinta ou sexta, rsss!!!

Unknown said...

Faaaala Carlinha!!!
Foi um prazer te conhecer. E em pensar que quando nos conehcemos tu estas comprando o meu carro porque eu havia vindo a Suíça, e quem diriam que depois tu viria tb, hein?!
Agradeço a parceria e boa sorte na nova etapa. Vamos nos falando nas multiplas festas de despedida... heheeh...
Bj

Anonymous said...

Amooore! Bem vinda de volta... E agora lendo isso tudo que tu escreveu, meus medinhos de "mami" passaram, pq sei que tudo que tu precisava absorver, tu fez... Estou beeeem feliz de te ter mais perto, mas mais feliz de saber que esse ano te evoluiu... E pior, as tuas percepcoes tem muito a ver com as minhas (mas a gente nuuuunca se acostuma com a falta da H&M e da Ikea.. NUNCA!)
bjooo e ate daqui a pouco (com chimas novinho, novinho...)

C. Rorato said...

Moin, moin!!
Estava lendo agora teu post (heehheh, sempre atrasada em termos de blogs) e pensando sobre o que aprendi nesse meu 1 ano de Alemanha, já que viemos pras'oropa no mesmo dia.
Pois nao é que temos constatacoes semelhantes?
Fiquei meio désolé, vamos levar um tempinho para nos revermos!
Mas adorei ter ido te visitar e espero que tu tenha tido um bom recomeco em Sta Cruz!
Bjos, saudades!!!

Anonymous said...

E ai amiga!!!

Amei teu ultimo texto. E sempre tao, tao dificil dizer goodbye. K bom que acabei te encontrando em uma esquina dessas, nesse velho mundo. Ainda bem. E tua presenca rapida foi tao acolhedora...
Voltar e bom tambem, porque para se deixar um mundo inteiro pra tras, de tudo o que era tao nosso, exige coragem, e risco. Voltar aquilo tudo que conhecemos tao bem, e macio, e tem cheiro de noites com sol. Um beijo na alma, com asas, smepre! Tuti xxx